quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Quase inocência



Já faz tanto tempo que essas coisas nubladas sumiram. Todas as palavras que foram ditas se esconderam em algum lugar no meu coração para que os meus passos se encontrem com aqueles mesmos olhares simples, sem medo, sem culpa, apenas ali no seu lugar.

As asas que levaram os seus sentimentos aos cantos de cada passo, cada escada, cada lágrima, foram colocadas no fundo de meus sonhos mais brancos e quase indefinidos pela lembrança. 

Por todo esse tempo ainda estava escrito as palavras que eles pediram um dia para serem sempre ditas. Se fossemos agradar nossos sentimentos, poderíamos nos estender por todo tempo que fosse para entender como essas coisas ficam no seu lugar, em seu instante, em seu sorriso, em sua lágrima, em nosso coração.

Os passos que foram dados nas gramas úmidas daquele mesmo caminho, morreram, nasceram, morreram e nasceram novamente inúmeras vezes, e nem percebemos quando estávamos ali, sentados, debruçados, correndo, caminhando, ou até mesmo dormindo por cima delas.

Tudo isso se foi, e continua indo para que sempre fique escrito, sendo noite ou dia, lhe procurando para levar para casa, cuidando das suas mãos, de seus olhos para não ferirem mais do que estão, além do que você conseguiu ver quando estava ali.

Seus olhos ainda seriam os mesmos olhando para ela, quando chegamos molhados de mais uma chuva. Aquelas chuvas que não faziam mal a ninguém, apenas caiam, encharcavam o chão, e limpava as impurezas de nossa quase inocência. Depois o sol beijava cada espaço e tudo voltava a ser como era antess, voltando aos instantes que nunca mais poderiam ser outra vez da mesma forma que foram. 

terça-feira, 10 de agosto de 2010

A Volta



De onde veio?
Buscando um destino que não procurou,
Contando o tempo sem saber das horas,
Pensando que tudo seria como no sonho.

Aonde você foi?
Sem nenhum tostão,
Dançando pelas esquinas
E olhando para o chão.

Aonde vai?
Querendo viver sem caminhos,
Errando e se julgando todo tempo,
Sem saber ao menos quem é.

Por que voltou?
Dizendo que tudo está no lugar,
Que na vida os motivos são grandes para morrer,
E que as luzes podem ser acesas nas suas noites.


sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Caminho


Onde procurar um caminho nessas horas? Talvez uma saída de mestre seja calcular essa distância que existe entre todos e esses olhares inertes e longos para o nada além de um alvo fútil.

Ao mesmo passo de um desconhecido na escada, estava ele sentado procurando saber onde havia deixado seus sorrisos que tanto animavam as suas próprias tristezas, já que ninguém poderia fazer isso no momento por ele, como já era de costume. Escutava as conversas alheias sem querer fazer isso, mas por necessidade de conhecer os outros, mesmo que fosse por trechos, pedaços de vida que passam despercebidas por todos, passos de caminhos que não seguiu e destinos que não viu.

Parece que tudo foi embora, por um momento chegou a pensar que aquele silêncio era agradável, longe de toda aquela confusão das ruas que já era acostumado. Mas mesmo assim insistiu em procurar encontrar um ruído naquele vazio, pois já sabia até então que tudo estava tão neutro e sem cores. Tinha medo de sair dali e descobrir os motivos de sua tão triste feição, parado e calado querendo o que precisa, que nem é tanto, mas desconsolado de suas tarefas e cuidados pessoais.

Se perguntou o que escondia nos olhos daquele velho cão que se sentava quando se aproximava da sua esquina. Naqueles olhos havia um brilho que o seguiu ao olhar para ele, como um vigia, um guarda que não latiu ao lhe ver passar. Apenas o fitou calmamente como se quisesse dizer algo, mas ele não soube compreender.

Entrou em casa e se derramou na cama, o teto vazio, paredes pouco cobertas e janela aberta. Um resquício de palavras veio em sua mente antes de adormecer e de novo acordar no meio da madrugada, mas nada que lhe valesse um registro.

Mas sem querer de novo dormiu, e em lágrimas o seu corpo acalmou o resto de sua alma para um sonho que ainda não tinha visto, onde não há cores, nem formas, nem tamanhos e é onde o tudo e o nada estão sempre juntos.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Relógio


Esse frio me aperta pelos braços,

Fechando minha camisa e me fazendo olhar para o chão,

Os passos seguem meu medo de cair,

Atrás de mim apenas minha ilusão.


Meu relógio é o dia nascendo e a noite chegando,

E assim vai...

Os dias passam pela janela com os carros parando,

E as palavras fogem de mim.


As gotas descem levemente pelo vidro,

E escorrem como lágrimas para meu olhar perdido,

Deixando o dia nascer em meus sonhos,

Lembrando de você longe de mim.


Passos curtos para evitar a queda,

Sem medo de mergulhar em seus lábios,

Sem medo de me perder,

Deixando você se perder de mim.


Meu relógio é o dia nascendo na sua janela,

É a noite que me faz voltar com os mesmos passos que fui,

É o meu olhar parado e inerte,

É o seu beijo que ainda espero.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Carta para um iglu


Se fosse para fugir,

Eu sairia pelos fundos ou pelas esquinas.


Lá fora, o medo

Aqui o silêncio, me abraça,

O meu sangue escorre em seus braços.


Feito um anjo,

Você se lembra do outro dia

Em que as nuvens eram de neve

E o céu ainda era azul.


Abra seus olhos,

Há muito o que ver,

Não deixe o mundo

Te forçar a ser o que não é.

Sem um verso para te mostrar


A vida está passando devagar,

Enquanto durmo as estrelas brilham no céu,

O silêncio atravessa as ruas, praias e mares,

O vento encara as árvores e suas folhas caem no chão.


Os rios cercam as ilhas que são suspensas em minha solidão,


Plantei as flores que encontrei em meus sonhos,

Arranquei as palavras de meu coração,

Dei o presente aos anjos e depois fui dormir.



Caminhei por florestas sem direção,


Procurando respostas nas folhas caídas nas claras águas do mar,

Sendo levadas devagar para sempre de mim,

Sem me deixar um verso para te mostrar.


O dia vem leve e solene,


Distribuindo cores nos jardins e campos,

Procurando se esconder de quem nem viu sua primeira luz,


Se eu acordar vou poder saber quem está a me esperar.


O frio que isso causa em meu coração


Deixa um vácuo para ser ocupado,

Todo o vazio acaba por se estender pelos meus olhos cansados,

E as asas dançam levemente no vento que me traz até você.

Inevitável presença irreal




O vento beija meu rosto,

De leve toco em meus olhos,

Sinto a dor em meu peito,

Os anos se passaram.


De volta para casa,

De volta sem arrependimentos,

Chego e me deito,

O cansaço me envolve e durmo.


Uma volta no tempo,

Um tempo que se foi,

A força me leva de volta,

É inevitável.


Pelas ruas eu atravesso,

Ninguém me espera,

Todos estão olhando para o céu,

E eu continuo sem poder parar para olhar.


E tudo isso vai embora,

Sem poder sentir uma esperança,

Tudo vai se perdendo,

O vento leva e não traz.

sábado, 13 de dezembro de 2008

Saindo de meus Sonhos



Mesmo que seus olhos não estejam nessa direção,

Em meu coração ainda guardo aquelas palavras para você,


Palavras que ficaram caladas,

Silenciadas pelo meu medo de dizer.


Quatro manhãs e quatro tardes,


Duas noites,


Tudo ficou por lá, em algum lugar no tempo,


Em minha saudade.



Deixei de sonhar com aqueles mesmos desejos,


E acabei deixando passar,


Mas não era para ter sido,


Mesmo tudo o que imaginei.



Aguardo fielmente a próxima vez,


Não sabes como sinto sua falta,


Mesmo que por pouco tempo,


Os momentos foram marcados em mim.



Descendo em meus sonhos,


Vejo você beijando meu rosto,


E em seus lábios meu sonho pousou,


Para você deixar eu acordar e não te ver mais.

sábado, 4 de outubro de 2008

Um retrato de ilusão



Lembro dos fogos de artifício,

O espelho que me olhava com atenção,


O relógio no pulso que esperava a hora certa chegar,


E meu coração que não sabia a quem amar.



Lembro da noite em vão,


Dos sorrisos esguios e fora do tom,


Exagerados e imbecis,


Feitos para durar.



Os leves impulsos que me aguardavam,


Um amor que surgia devagar em meu e no seu coração,


Para contar uma breve história de ilusões,


Uma passagem pelos tempos de solidão.



Uma sombra que me dividiu em dois,


Um tempo em que a chuva me trazia uma paz que na verdade não existia,


Um calor que me mantinha com os olhos abertos,


Era a vida que me trazia um abraço e um beijo ao cair da tarde.



Em seus olhos eu me prendi,


Em sua boca eu me encontrei,


Em seu abraço eu me deitei,


E em seu coração me enterrei.


sábado, 20 de setembro de 2008

Contínuos desvios em meu olhar



Na medida do tempo,

No sentido das ruas, curvas,

Olho para o céu brilhante,

Escolho uma esquina e dobro em silêncio.


As sombras acompanham meu pensar,

Falando em sonhos e desejos,

Lembranças, histórias, sorrisos,

Uma canção para o tempo passar.


Umas conversas e sorrisos,

Uma lágrima secou,

Os segredos foram cobertos,

Meu coração está no fundo do corredor.


A chuva se debruçou em meus ombros,

Veio para me fazer feliz,

Estou ao encontro de sua satisfação,

Para me surpreender com meus sentimentos.


Meu coração soube ouvir o que me disseram


E soube esclarecer os meus sentimentos,

Para me aliviar de minha dor,

Aprendi a sorrir em paz outra vez.

Mentira



A longa e idiota aparência,

Sem questionar as palavras,


E escondendo o pensar,


É a mentira chegando de táxi.



A mentira sai de máscara,


Máscara da verdade maquiada,


Sem notar que é horrível,


Que é imbecil.



Olhando sempre para o centro,


Achando que não é nada se enganar e enganar outros,


Pensando na certeza de que ninguém sabe, que ninguém viu,


E caminhando com os pés mortos, sem saber.



Os outros imbecis,

Ajudam a embelezar mais a imagem,


Embelezar de mediocridade e hipocrisia,


Sem esquecer que todos são apenas aparências de absolutamente nada.



Chega de táxi,


Mas não paga a conta,


Esconde mas é encontrada, sem saída,


É triste, mas depois, sempre é jogada na merda pela verdade


E levada para a pior das dores que alguém já sentiu,


Ás vezes demora, mas esse momento chega mentindo,


e o otário será você.

sábado, 14 de junho de 2008

Acima de Mim



É como os anjos e seus cantos

Longe e perto para o infinito.


A nuvem que passa,

O vento que abraça,

Um sonho acordado

E um beijo amarrado.


A lágrima seca,

O grito no escuro,

A voz que me falha

Para um dia sem nada.


As cores do alto,

O caminho que entorta,

E a luz que não some.


Minhas paredes são janelas,

E meu teto é uma estrela

Que cai nas areias

Daquele mar que se foi.

A Chuva e os Pássaros



No alto do céu, precisamos ter asas,

Para sorrir, para chorar

E numa estrela tocar.


Os pássaros voaram para longe,

E toda aquela chuva,

Ele sozinho chorou.


Outro dia,

Outros tempos ,

Além do mar,

Apenas o céu.


Para atravessar

O vento beija seus cabelos,

É preciso ter um sonho,

Mas para ter um sonho

É preciso ter você.

No Mesmo Lugar


Aparece em seus olhos o segredo,

De longe eles não alcançam o que querem,

Apenas flutuam perto do chão.


A ilusão fica comigo

Para não te fazer chorar,

Entregue em minhas mãos

Aquele o início de noite.


Em silêncio,

Receba esta flor,

Em silêncio vou embora

Para nunca mais voltar,

Ao que não saiu do lugar.



terça-feira, 3 de junho de 2008

Sem Rastros



Fecho meus olhos

E ela vem,

Depois desaparece,

Assim ela se foi,

Sem eu ver.


Agora tudo é vazio,

Quem sabe, amanhã.

Na há caminhos até você,

Não há nada para te alcançar.


Um beijo flutua,

Eu rodo em meus sonhos,

Chego com os olhos fechados,

Saio e tudo fica tão real...


Uma canção eu ouvi na esquina,

Sangrei a ilusão,

Que depois acenou,

E sumiu.


Deixou de ser

E eu não vi,

Para chorar,

Ou para te beijar.

Nuvem Solta


A canção terminou,

E você nem chegou para me abraçar,

Sonhei para não te encontrar,

Um beijo ficou solto no ar.


As esperanças acabaram,

O sol acabou de sair,

Veja pela sua janela o que você fez,

Não esqueça que sempre vou estar lá.


Uma nuvem se aproxima,

E na ponta do céu

Eu vou escrever seu nome,

Só para poder ler quando a chuva chegar.

Viver no Ar



É mais fácil viver no ar,

Leve e cego para qualquer lugar.

E a chuva me levaria para o chão,

Mas a ilusão ainda seria a mesma.


A última janela a fechar

Seria meu primeiro suspiro de dor.


Iria aonde fosse para te alcançar,

Flutuaria por minhas ilusões

E meus sonhos ficariam limpos.


Estaria pronto para ir até

Aqueles desejos guardados.


E no final,

Eu cairia,

Como devemos cair,

Quem sabe...

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Passeio



Precisei ir para o espaço,

Saí pelo meio das nuvens,

Toquei em árvores altas,

Vi montanhas.


Vi o mar profundo,

Vi cidades estranhas,

Guerra e lugares em paz,

Vi flores nascendo,

Vi um anjo cair.


Atravessei céus,

Senti o frio,

Comecei a ver planetas distantes,

Toquei na lua,

Beijei a sua testa e sai.


Fui para as estrelas,

Fui até uma que nascia,

Flutuei em silêncio,

Cheguei até o sol,

Mas não havia nada.


O sol ardia feito o inferno,

E brilhava como seus olhos,

Não agüentei mais,

Cansei de voar

E desci até meus sonhos.


Como te ouvir?

A distância é assim,

Os sonhos nos separam,

Atravessei o espaço,

Mas não cheguei até você.

Jardim


O vento frio toca meu rosto,

Nas mãos a água escorre,

Com o vento,

Saudade some.


Na sombra,

Uma luz se aproxima...

Entre um sonho e outro há um jardim.


Sinto uma brisa vindo do céu,

E as estrelas formam seu rosto.


Se você fosse embora,

Todas as estrelas cairiam,

Se você dormisse,

Os mares secariam,

Mas eu sempre estaria aqui.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Apenas Amor


Através de anjos

Que descem em nuvens de algodão,

Minhas palavras chegam em seu coração,

E chegam bem de leve, muito leve.


Entre estrelas abro meu coração para você,

Entre cristais você aparece para me amar,

E águas limpas de um mar sem fim

Aproximam para tocar nossos pés.


De mãos dadas atravessamos a ponte,

Por baixo passa devagar um rio de pétalas brancas,

Seu sorriso me engrandece,

Em seus olhos eu mergulho para me afogar de amor.


Seus cabelos me envolvem,

O céu chega para nos levar,

Nas curvas do céu as nuvens

Nos leva até a doce lua de veludo.


Caminhando até o topo de montanhas,

Chegando em vales e dunas,

Tudo se torna apenas nós dois,

Apenas amor.

Um simples sonho


Escuto o cantar suave e modesto da chuva na janela,

Escuto sua voz me chamando com amor,

Sinto seu abraço, seu cheiro, seu beijo,

Deixo você fazer o que quer.


Falo que quero você,

Entendo o que você teme,

De olhos fechados eu te busco,

Carícias e momentos eu a destino.


Sinto sua presença calma e terna aqui,

Escuto você falar de amor,

Escuto que você não tem coragem,

Que quer fugir, pois está só,

Que me quer, que me ama, me deseja.


Sinto seu coração palpitar no meu peito,

Seu amor que me assusta, me deixa quieto,

Eu fico surpreendido,

Pois você está dizendo tudo o que quis ouvir.


Está fazendo tudo que gosto,

Agora está tudo tão nublado,

Tão confuso, tão só,

Mesmo que pareça bonito,

Tudo isso não passa de um simples sonho.

Solidão, apenas uma ilusão


Existem momentos que não temos com quem dividir uma palavra, um sorriso, um aceno, ou até mesmo um olhar. Esses são instantes que o silêncio nos abraça com força. Ficamos sem saber o que fazer, o desespero tenta cobrir até nosso silêncio, tentando entupir tudo o que nos resta: pensamentos. Estar só se torna uma situação ruim quando você está fraco para perceber as qualidades disso. Faça uma reflexão sobre si mesmo; sinta seus pensamentos voando pelo ar; olhe para a natureza; o céu que nos cobre com carinho e isso nem percebemos todos os dias; a lua que sozinha, faz de sua beleza um presente para todos nós; o sol radiante que todos os dias nos apresenta seu espetáculo; fale com você em seu silêncio; admire o espetáculo da chuva e sua beleza singular, são como cristais caindo do céu limpando o que há de sujo por aqui. Caminhe e olhe para as outras pessoas, as maneiras de serem tão diferentes umas das outras são infinitas, olhe para as crianças, admire como podem ser tão radiantes e felizes todo tempo. É incrível como estar sozinho tem um cálice cheio de surpresas para que sem você perceber, acabe dando um sorriso para si mesmo e chegue à conclusão de que solidão é apenas uma ilusão.

Voltando a ser como era antes



O tempo vem de navio,

Lento e impiedoso,

Mas afunda antes de voltar,

Aliás, ele nunca volta.


Vejo uma lembrança nebulosa,

Sinto o frio da saudade,

Levo comigo a falta de mim mesmo,

Não sei onde estou,

Nem para onde vou.


Palavras e momentos,

Cheiros, perfumes e sensações,

Um instante que escorre por meus sonhos,

Para lágrima que não secou.


Sentimos o abraço,

E sorrimos,

Fui até lá só para sentir tua presença,

Chorei e fiquei assim.


Lembro a esquina em que te encontrei,

Fiquei em silêncio para te ouvir sorrir,

Dobrei em uma rua e nunca mais te vi,

Não sei nem se chorei ou se sorri.


Vamos voar,

Não tenho outra solução,

Voe comigo,

Não há como voltar,

Segure em minha mão,

Você saberá por quê.

Papéis Limpos




Sempre vou a sua direção,

Devagar meus olhos aproximam de você,

Bem devagar sinto o frio que vem de você

Como eu queria te amar.


Seus olhos me seguem pelos cantos,

Meus sonhos te alcançam e eu me cubro

E flutuando vou até você,

Como queria te amar.


Nas noites você chega,

Nas manhãs você se vai,

Acorda cedo para me amar e depois foge,

Não precisa voltar.


Receba em papéis limpos meu pensar,

Coloque em meu peito sua dor,

Eu queria te amar,

Como queria te amar.

Me Afasto de Mim



Eu me afasto de mim,

Sou uma gota de chuva

Só para tocar em sua janela,

Sou um pouco de cor no seu pincel.


Esqueço de pedir licença,

E corro até você,

Atravesso o mar e chego,

Sou minha sombra e meu vento.


Caminho sem saber aonde chegar,

Vou e volto sem nada nas mãos,

Chego e finjo mentir,

Nem sei aonde ir.


Vou para me ver sorrir,

De lá corro até mim,

No silêncio sou livre para sonhar,

Assim vejo como não sou.


Fui até a esquina e voltei,

Lá sem querer chorei,

Sorrindo sai a voar,

E a minha sombra

Na esquina ficou a conversar.


Eu me afasto de mim,

Nem sempre para sonhar,

Mas às vezes para me alcançar.

De Volta as Gotas





A chuva desce cristalina no céu,

Trazendo palavras e sonhos até mim,

Deixando esclarecer meus sentimentos até você,

Podendo limpar as dores e as marcas em meu peito.


As cores no céu se unem,

Fracas as luzes, tristes meus olhos,

O nada a me esperar outra vez,

Deixando um sinal aos anjos, que eu posso cair.


O som calmo e constante,

As gotas se espalhando em meu rosto,

Descendo em meu corpo,

Tocando o chão, desenhando meu coração.


Recebi sem querer uma palavra de amor,

E agora vejo como as coisas são,

Vendo o outro lado das palavras que recebi,

Entendo que ainda posso amar.


Falta preencher as últimas linhas,

Para terminar o quê vim escrever,

Para não deixar em branco,

Para ser com amor.